Thursday, March 29, 2007

os tão falados horizontes perdidos

aperta um pouco quando a gente fecha o último botão. e também nunca fica totalmente arrumada. ela sempre parece um pouco torta, fora de lugar. mas é o uniforme que remunera o suor e o desconforto. você entende a libertade por detrás dessa prisão, eu tenho certeza disso. cada segundo de vôo é pago com outro segundo em que nos arrastamos. a dualidade está sempre presente neste céu-inferno em que vivemos nossas vidas. nesses horizontes perdidos que contemplamos em tardes de cerveja na mesa e olhar vago. conversas descompromissadas e tão fúteis quanto as de telenovelas que adoramos esculachar.

eu te convidei para mais uma rodada naquele chope evocê negou como costumava fazer com todos meus convites e tentativas de aproximação. mas a negativa era um não que não era não e eu sempre soube que não era não, não. eu com minha cerveja e você com o suco de frutas sem calorias ou açúcares, dieta saudável balanceada nutrição em dia e sem gordura trans. como aquelas músicas sem sentido nem melodia que você escutava. eu não conseguia entender a distância entre nossos universos, anos-luz que pareciam aumentar e diminuir em um ritmo constante, batimento ritmado que embalava minha fascinação.

no fim eu não quis nada de mais, você quis e não quis, e tudo não passou de uma explosão rápida e quente de uma estrela que passou fugaz pelo cosmo. cumpriu magnificamente seu papel e escapou para novas aventuras. as minhas nunca foram tão espetaculares ou fáceis, mas eu preferia não ter algo a me lembrar da falta de liberdade e da gravata que eu já carregava no pescoço por seis horas diárias. eu não queria relembrar cada minuto contado no ponto, calculado e ajustado de acordo com acordos sindicais para meu pagamento mensal.

soltei o nó e coloquei os óculos escuros, pronto para mais um chope naquela tarde estranhamente quente do início do outono de 2007.

Friday, March 23, 2007

ronda noturna


achei que era assim, sabe, naquela cidade grande dos prédios de concreto que às vezes assustam. pensei que ia passar impune. uma brincadeira sem qualquer consequência, sabe, daqueles que a gente dá risada e brinca com os amigos e depois é como se nunca houvesse existido. amo o etéreo, amo o nada, o sumiço, quero sempre estar assim desaparecendo com a facilidade prometida pelos grandes manuais e produtos da TV. mas o telefone tocou no dia seguinte e no outro e eu, tão mal-amado, me vi preso no labirinto do amar-não-amar, da maldição, do filha da puta que nunca fui e acabei por renegar a mim mesmo. sou maldito, sou cão de rua e gritei com orgulho e desliguei o telefone rápido. sem mais chamadas a cobrar. você entende? é a mudança. o medo da realidade quando vem tão próxima, quando a gente não tem como fugir nem como ser ninguém mais durante nem que seja um fim de semana. adeus prestação de contas. talvez eu não seja o que é o amor. talvez eu só delire com impossíveis. qual a graça da garota ao lado? esquece. sigo minha vigia. sempre atento, sempre perdido.

Wednesday, March 21, 2007

Horizontes-perdidos em pauta


De onde vem esse nome? Qual o seu propósito? Algum sentido especial?
Confesso que no primeiro momento eu o odiei. Mas pelo propósito do blog ele é até cabível. Horizontes perdidos, um nome escolhido pelo Luciano. Eu tinha sugerido desajustado noturnos que é bem mais legal. Mas como ele é o dono da bola ele pôs o gosto dele em prática.
Acho que ele quis provar algo do tipo, estamos perdidos não há luzes nem saídas. Um tema fixo para as filosofias sobre a vida boêmia e bem decadente. Sabe aquelas luzes baratas coloridas dos botecos sujos a musica alta, cerveja no copo de plástico, cadeiras velhas pessoas sujas, desiludidos no amor cantando pra lua. São coisas como essas que vem na minha cabeça quando leio o nome do blog. Talvez o Ternura pense diferente ou não.
Mas o fato é o nome vem se encaixando muito bem com nossos textos. Escrevemos “besteiras” descasos sociais, decepções, noites de bebedeiras, amores platônicos e toda essa coisas do fim do horizonte a perca da esperança. Mas sabe acreditamos um tanto quanto na força das Revoluções mas pelo menos eu estou deixando de acreditar nas pessoas. Ninguém mais tem atitude suficiente, a não ser pra reclamar sobre alguns serviços prestados e usando a filosofia de que o cliente sempre tem razão. Imbecis.É o amor acabou e agente ainda tem muitos lamentos a fazer. O tema é o mesmo o nome já não importa tanto é só o cartão de visita para nos conhecerem. Mas quem se importa?

Sunday, March 18, 2007

Homens certos


Os melhores assuntos sempre começam sem muitos preparativos, talvez esse seja o segredo do entretenimento, o acaso. Sabe aquelas pessoas que mal sabem o que se passa na cidade quando o seu expediente já acabou? Elas são as principais inimigas da glória que poderíamos ter. Quando que pra se divertir existem horas e locais, Sempre me pergunto onde é mesmo que eu estou. Ai os grandes inimigos da diversão aceitam todo tipo e forma de se viver programado até que enfim a morte acaba com essa união social totalmente infeliz mas com a idéia de felicidade perfeita. Teria milhares de slogans, “Ande na nossa linha e seja feliz”, quanta coisas boas eles lhe ofereceriam? Quantos assuntos tratados sem intenções comerciais seriam tratados? O boa noite amor, e o bom dia chefe de todos os dias são mesmo legais? Tantas perguntas chatas que estão sempre presente nas vidas inquietas. O bom assunto, a diversão, o lazer, o prazer tudo censurado demais. Mas a TV diz tantas coisas legais! AONDE?????????????? Essa vida não deve ser pra mim mesmo, imbecis por todos os lugares e o real valor das pessoas fica por baixo de todos esses nomes legais. E continua só mudam as cores a moda. O discurso cansado é o mesmo. Indignadamente diria a todos vocês o mais infantil de todos para que serve tudo isso. Pudor, clichê, educação de mais tiram o brilho. Procurar o que te faz feliz as vezes não a melhor coisa a fazer. Vamos ser coerentes. Já é tarde demais, amanha teremos uma longa jornada de trabalho, é tarde pra ligar, é cedo pra dizer, isso me faz mal, não obrigado, lembre-se as frases certas para homens certos é o ue nos levará ao sucesso. Afinal a vida é bela.