achei que era assim, sabe, naquela cidade grande dos prédios de concreto que às vezes assustam. pensei que ia passar impune. uma brincadeira sem qualquer consequência, sabe, daqueles que a gente dá risada e brinca com os amigos e depois é como se nunca houvesse existido. amo o etéreo, amo o nada, o sumiço, quero sempre estar assim desaparecendo com a facilidade prometida pelos grandes manuais e produtos da TV. mas o telefone tocou no dia seguinte e no outro e eu, tão mal-amado, me vi preso no labirinto do amar-não-amar, da maldição, do filha da puta que nunca fui e acabei por renegar a mim mesmo. sou maldito, sou cão de rua e gritei com orgulho e desliguei o telefone rápido. sem mais chamadas a cobrar. você entende? é a mudança. o medo da realidade quando vem tão próxima, quando a gente não tem como fugir nem como ser ninguém mais durante nem que seja um fim de semana. adeus prestação de contas. talvez eu não seja o que é o amor. talvez eu só delire com impossíveis. qual a graça da garota ao lado? esquece. sigo minha vigia. sempre atento, sempre perdido.
1 comment:
è uma visão concreta sobre essa vida mundana, essa praia chamada boteco. è talvez até o preço o troféo ser o cão vadio filho da puta. Mas não deixamos de brincar com os amigos
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