Um grito às dez horas da manhã, de uma segunda-feira ensolarada, acordou três vagabundos. Eles, por sua vez, não sabiam o que deveriam fazer. O mais sensato ignorou e continuou a roncar. “ZzzzZzzzzZ.”O louco berrou junto. “Sim, estamos vivos. Vocês vão perder essa guerra.” O sonhador entendeu o grito como uma mensagem, que talvez estivesse codificada. “Quem são vocês? Será que posso ajudar?”
Às dez horas e cinco minutos, da mesma segunda, a sensatez foi acordada pela loucura, que estava dominada por sonhos.
- Todos ouviram?
- Sim.
- Sim.
- Então vamos ajudar eles.
-Você é louco, ajudar a quem? Estamos em meio a uma selva de pedra, aqui ninguém ajuda ninguém. E, afinal, gritos são normais por aqui.
- Vamos ajudá-los, eles sobreviveram ao ataque.
- Meu caro amigo Roberto, se nos seguir poderá conhecer o belo, ou apenas o nada, mas saiba que é uma aposta. Se ajudarmos alguém poderemos ser libertados dos nossos pecados, ou, então, achar o paraíso real.
- Francisco e João, eu vou com vocês porque preciso protegê-los. Mas fiquem sabendo que não concordo com essa loucura.
- Yes!
E lá se foram os nobres vagabundos amigos. O rumo só Francisco sabia, mas João lhe dava forças e empolgação, enquanto Roberto permanecia calado.
“O grito veio do caminho das pedras, o lugar onde nunca tivemos coragem de explorar”, Francisco alertou aos amigos, que não hesitaram e adentraram no caminho desconhecido. Era um caminho estreito cheio de antigas edificações tomadas pelas florestas. Não se ouvi nada no caminho apenas o eco dos passos dos vagabundos.
“Deus do o que o que é isso?”, João se assustou ao ver um pequeno cipó no chão e o confundiu com uma cobra. Roberto riu, sem fazer provocações o sensato vagabundo limpou o caminho. “Venham é seguro. Eu só não sei para onde é que vamos fugir.”
Koans do Inferno
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*O Lagarto*
Enrico, Sofia e Gabriel caminhavam sobre os escombros do que um dia havia
sido uma casa. Enrico acusava Sofia de ser incoerente por acreditar e...
11 years ago