Sunday, December 03, 2006

Começando a jornada


Pega o volante, engata a primeira, respira aliviado e tensoas emoções conflitantes da primeira marcha. A noite já chegou e os faróis não ajudam muito. A escuridão é densa e dói na alma. Como a chuva que vai cair a qualquer momento. Ah, vai, sim. Sempre chove em momentos como esse. Começa com aquela garoa paulistana, gelada, fraca, poética, quase, mas logo chega a uma tempestade, sem raios, em que a chuva é fria e forte e o céu cinza lembra tempos de apocalipse que não presenciamos mas trazemos conosco na memória.

É difícil fazer aquela curva, aquela guinada. A velocidade baixa, a mente se perde, divaga, as mãos buscam apoio, a mudança é estranha, é calada. Pouco importa se são passos curtos ou largos, segue o caminho e vê que os dias estão cinzas como naqueles tempos em que as cartas chegavam em casa sem remetente, mas tu sabias de quem eram e o que diziam, embora não quisesse ler para comprovar definitivamente. O sol não tem brilho, esconde-se atrás da lua, tão maior, ela que também não é cheia nem minguante, apenas cumpre seu papel sem o glamour que tantos dão a sua imagem. Fica lá, lua, tenta colocar um pouco de luz nesta noite de escuridão densa.

Volta atrás. As placas não indicam o caminho.

1 comment:

Gustavo Pinchiaro said...

ateh que enfimmmm


breve eu postareiiii